Além de levar solução de saúde a pacientes de cuidados paliativos, o projeto também auxilia no dia a dia de seus cuidadores
Os alunos do 4º ano do curso de Fisioterapia da Fundação Educacional do Município de Assis (FEMA) realizaram, em seu estágio curricular de neurologia, uma ação em saúde primária que contempla pacientes em condições de vulnerabilidade.
A ação consistiu em localizar pacientes que não chegam aos serviços de fisioterapia e desenvolver recursos de tecnologia assistiva para auxiliar o dia a dia dos pacientes, seus cuidadores e familiares. Os alunos foram até a residência dos pacientes, observaram o ambiente, quais dificuldades os cuidadores enfrentavam e, em conjunto com a supervisora do estágio, desenvolveram as ideias para suprir essas necessidades.
Segundo a coordenadora do curso, professora Ma. Maria Eulália Baleotti, esse projeto tem o objetivo de promover a inclusão da população em vulnerabilidade social. “Em todos os estágios que eu conheço, o paciente vai até à faculdade para atendimento. Porém, a minha ideia era que nós chegássemos até esses pacientes, pois eles estão em condições de vulnerabilidade, sem conseguir acesso ao serviço de saúde. Então, nós fomos com os alunos até a casa dos pacientes, para que eles conhecessem a realidade dessas famílias e dos cuidadores e desenvolvessem habilidades e competências para dar solução de saúde a esses pacientes de cuidados paliativos”, declara a coordenadora.
Maria Eulália também cita a promoção da sustentabilidade como um dos objetivos do projeto. “Quando os alunos trouxeram as ideias para a instituição, nos deparamos com alguns desafios. ‘Como construir esses protótipos com urgência e de forma barata?’ Foi aí que pensamos no material reciclável. Pegamos bicicleta velha, cadeira velha, as tábuas que vieram embalando os equipamentos das clínicas, e transformamos em possíveis recursos de tecnologia assistiva para a vida desses pacientes”, diz.
A orientadora do estágio, professora Dra. Cassia Regina Saade Pacheco, demonstra sua felicidade em desenvolver esse profeto junto aos alunos. “Sempre trabalhamos com tecnologia assistiva, mas não nessa dimensão. Os alunos falavam ‘Professora, eu nunca peguei numa agulha’ ou ‘Professora, isso vai ficar horrível’, e no fim nós víamos um colchão encapadinho e os recursos que os alunos mesmo desenvolveram… é maravilhoso! Foi muito bom ouvir a história de cada paciente e levar soluções para suas dificuldades no âmbito da ergonomia, da tecnologia assistiva”, conta a professora.
O projeto idealizado e desenvolvido em conjunto pela professora Ma. Maria Eulália, pela professora Dra. Cassia e os alunos de Fisioterapia também foi inscrito no prêmio do Movimento LED – Luz na Educação, iniciativa da Rede Globo e da Fundação Roberto Marinho cujo objetivo é promover práticas inovadoras em educação no Brasil.
Sobre a tecnologia assistiva
São recursos e serviços que proporcionam ou ampliam habilidades funcionais de pessoas com deficiência e, consequentemente, promove mais independência e inclusão desses pacientes. Além disso, alguns deles também tem o objetivo de facilitar o trabalho do cuidador e da família, foco do projeto realizado pelos alunos da FEMA.
Como exemplo, podemos citar uma pessoa que não consegue se movimentar e está acamada. Esse paciente necessita do auxílio do cuidador em seu dia a dia, e a tecnologia assistiva é um grande colaborador na missão de proporcionar ao paciente uma vida mais independente. Assim o curso de fisioterapia da Fema efetiva o aprendizado de novas habilidades e os conceitos de inclusão, empatia e sustentabilidade.