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De acordo com a Profa. Dra. Rachel Duarte Abdala, a primeira e mais importante atitude para a preservação é a busca por patrimônios existentes no país

A fim de homenagear o importante historiador, jornalista e advogado, Rodrigo Melo Franco de Andrade, o primeiro presidente do Instituto do patrimônio histórico e artístico nacional (Iphan), é celebrado, em 17 de agosto (data de seu nascimento) o “Dia nacional do patrimônio histórico”. A comemoração tem como objetivo ampliar a visibilidade do conhecimento e a reflexão do sentido do patrimônio na vida das pessoas.

A Profa. Dra. Rachel Duarte Abdala, docente no curso de História da Universidade de Taubaté (UNITAU), explica que os patrimônios são divididos em duas grandes categorias: os materiais e os imateriais. “Os patrimônios materiais foram os primeiros a despertarem políticas de preservação. Essa categoria é composta por prédios, monumentos e objetos. O patrimônio imaterial é composto por manifestações populares, cultos, tradições, saberes e práticas culturais”, descreve.

A historiadora também ressalta que os patrimônios históricos podem ser impulsionadores para o desenvolvimento socioeconômico do país, considerando o seu potencial como atrativo turístico. “O setor de turismo histórico-cultural é um setor econômico bem amplo e de rápido crescimento, tanto no país, como na região do Vale do Paraíba. A partir disso, pode-se considerar que investimentos nessa área têm um impacto positivo direto na geração de trabalho e no crescimento econômico, ampliando as alternativas da população e contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico da cidade e do país”, expõe.

De acordo com a professora Rachel, a primeira e mais importante atitude para a preservação é a busca por patrimônios existentes no país. Além disso, todo e qualquer cidadão brasileiro pode solicitar o tombamento ou o registro de um bem patrimonial nas três esferas governamentais: municipal, estadual e federal. “Os patrimônios históricos constituem-se como lugares de memória, a partir dos quais se estrutura a identidade individual e coletiva. Assim, preservar os patrimônios históricos significa preservar a própria identidade da sociedade e garantir a sua continuidade”, reflete a docente.

O Centro de documentação e pesquisa histórica (CDPH) da UNITAU preserva, há mais de duas décadas, a história da cidade de Taubaté, região bragantina, serra da Mantiqueira, vale do Paraíba e litoral norte. O Prof. Dr. Moacir José dos Santos, diretor do Instituto básico de humanidades (IBH) da UNITAU, conta que o CDPH é um importante centro de memória, pesquisa e documentação, pois abriga atas, documentos, fotografias de formaturas dos cursos da Instituição, mas também disponibiliza títulos de jornais da região e do país, uma biblioteca de obras raras e diversas fotos originais de cenas de filmes do cineasta Amácio Mazzaropi. “Para nós, historiadores, é muito importante o trabalho de preservação da história. A existência do CDPH se constitui como uma referência para os historiadores, mas também para a comunidade”, afirma o professor.

Além de disponibilizar centros de pesquisa e institutos, como o IBH, a UNITAU também realiza ações de restauração e de preservação de patrimônios históricos e culturais de Taubaté e do vale do Paraíba, por meio do projeto Restau. O restauro do Solar da Viscondessa, atual sede da Pró-reitoria de Extensão (PREX), e o antigo Colégio do Bom Conselho, que hoje abriga os cursos da área de biociências, são alguns exemplos de restaurações já feitas pela Universidade.

Alunos e professores do departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade integram a equipe de restauro. Eles participam de atividades que vão desde a pesquisa histórica e de materiais, até a execução de ações de restauração dos prédios. O projeto é reconhecido pelo Ministério da Cultura como referência regional para restauração de prédios históricos.