Para o criador do termo estresse, Hans Selye (1936), a palavra significa “pressão, tensão ou insistência” e pode ser descrita como uma síndrome geral da adaptação. Em outras palavras, é o desgaste de nosso corpo enquanto tenta fazer a transição frente a uma nova situação interpretada como ameaçadora. O dia 23 de setembro é conhecido como o Dia mundial do combate ao estresse.
Segundo o Prof. Dr. Marcelo de Oliveira Fonseca, psicólogo da Universidade de Taubaté (UNITAU), o estresse é uma resposta, fisiológica e comportamental, a uma situação-limite, ou que coloque nossa vida em risco. “As causas são as mais diversas, pois cada indivíduo pode interpretar uma situação como aversiva ou não. Muito de nossa história de vida e estabilidade emocional é que irá predispor uma situação a se tornar estressante ou não”, pontua.
Os principais sintomas do estresse são: falta de atenção ou concentração, fadiga ou cansaço, indisposição, insônia, dores no corpo, taquicardia, alteração no apetite, entre outros, que podem variar de pessoa para pessoa, os sinais mais comuns são relacionados a oscilações na pressão arterial.
“É importante saber que não conseguimos nos esquivar do estresse, ele sempre estará por perto, pois toda situação nova, por mais leve que possa ser, representará uma mudança e, consequentemente, uma adaptação. Dessa forma, pressupondo que não é possível biologicamente viver sem ter estresse; devemos nos focar nos momentos livres dele”, explica o professor.
Segundo o psicólogo uma outra importante medida é identificar as situações que causam mais estresse e pensar se realmente compensam no “custo benefício”.
Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos (a terceira maior empresa de pesquisa e de inteligência de mercado do mundo), a pandemia de covid-19 apontou o Brasil como o quinto país com o pior índice na piora das condições de saúde mental.
Para a Profa. Dra. Karolina Gouveia César, neurologista da UNITAU, a pandemia trouxe muitas preocupações e mudanças de hábitos, diminuição de lazer, excesso ou falta de trabalho. “O alto índice de depressão, a ansiedade e a insônia foram as principais repercussões e, com isso, o funcionamento cerebral, de forma geral, acaba sofrendo as consequências negativas por aumento de neurotransmissores excitatórios, como adrenalina e noradrenalina”.
A neurologista sugere algumas dicas para lidar com o estresse como:
- atividade física (3x por semana);
- alimentação saudável;
- boa higiene do sono;
- momentos de lazer;
- busca de equilíbrio espiritual (a prática de meditação, por exemplo, pode ajudar).
A professora enfatiza que também é importante não demorar para procurar ajuda de um profissional quando há impacto na qualidade de vida. O Centro de Psicologia Aplicada (CEPA) da UNITAU oferece assistência à comunidade externa e acadêmica.