Estudantes de agronomia ampliam seus conhecimentos sobre as novas tecnologias
O uso de novas tecnologias na agricultura é de extrema importância para o seu desenvolvimento. O sensoriamento remoto, que se refere à obtenção de imagens à distância sobre a superfície terrestre, contribui para diversas análises. Outro exemplo é a utilização de drones, que pode auxiliar na redução de custos e de riscos para a produção agrícola. Pensando na importância dessas novas tecnologias, alunos do curso de Agronomia da Universidade de Taubaté (UNITAU) tiveram, nos últimos dois meses, aulas teóricas e práticas com profissionais do setor. Em outubro, a egressa Dra. Flávia de Souza Mendes, que está atualmente na Alemanha e desenvolve pesquisas, participou de uma live sobre sensoriamento remoto. Durante a aula, ela explica a necessidade do uso de novas tecnologias na agricultura, que suportem o desenvolvimento sustentável de áreas agrícolas. “Diversos relatórios de agências internacionais, como a FAO, têm mostrado as projeções de crescimento da população e, consequentemente, a necessidade no crescimento da produção de alimentos. Infelizmente, parte dessa expansão tem sido feita em áreas de floresta, aumentando, portanto, o desmatamento de importantes áreas, que são essenciais para o combate às mudanças climáticas”. Zelando para que os alunos se atentem a essa importância, a UNITAU, em parceria com a empresa Verde Vale, realizou, nos dias 22 e 29 de novembro, aulas sobre o uso de drones na agricultura. Os alunos do 6º semestre puderam aprofundar seus conhecimentos na disciplina de sensoriamento remoto, geoprocessamento e cartografia. A aula foi dividida em duas partes. Na primeira, foi ensinado de forma teórica sobre a legislação dos drones. Na segunda, os alunos se locomoveram para a Fazenda São Jorge e, em uma proposta prática, puderam ver como é o funcionamento dos drones. “Temos o contato prático com o nosso futuro emprego. Vir até aqui, aprender, conversar com o pessoal, que é de uma empresa renomada, gera uma preparação, expande o nosso conhecimento”, comenta a aluna Nathalia Maia. Dentre os diversos benefícios que a tecnologia pode oferecer, alguns pontos destacados pelos agrônomos da empresa Verde Vale foram: A tecnologia é a maneira para se sobressair no mercado; A tecnologia aumenta a produtividade na produção agrícola; A tecnologia é um divisor de águas; A tecnologia auxilia na análise do solo; A tecnologia facilita o monitoramento de áreas. O Prof. Dr. Gilberto Fisch, responsável pela disciplina, destaca a importância da parceria do Departamento de Ciências Agrárias, na pessoa do seu diretor, Prof. Dr. Jose Mauricio Bueno, para o desenvolvimento das atividades. Para o professor, a tendência é de que a popularização do uso dessas e de outras tecnologias ocorra nos próximos anos. “O custo de aplicação e de utilização dessas tecnologias, como os satélites e drones, tem caído muito. Eu acredito, sinceramente, que, em cinco, dez anos, teremos a grande maioria dos agrônomos ou pessoas que trabalham na área ambiental utilizando essas informações”, finaliza.
Curso de agronomia da UNITAU cultiva planta regeneradora de solos
Em 2002, durante o 27º Congresso mundial de ciência do solo, em Bangkog, na Tailândia, a Sociedade internacional de ciência do solo (IUSS) idealizou o “Dia mundial do solo”. Para celebrar essa data, foi escolhido o dia 5 de dezembro como uma homenagem ao rei da Tailândia, Bhumibol Adulyadej, que é conhecido pela sua grande dedicação em preservar esse recurso natural. A Assembleia geral das nações unidas oficializou, por meio da resolução nº 68/232, de 20 de dezembro de 2013, o “Dia mundial do solo”, comemorado em 5 de dezembro. Então, em 2014 a data foi comemorada pela primeira vez com o intuito de propagar a importância dos solos para a manutenção da vida no planeta Terra. Em homenagem a essa data comemorativa, o Departamento de Agronomia e de Medicina Veterinária da Universidade de Taubaté (UNITAU) promove uma ação para a recuperação do solo, com o objetivo de cuidar desse recurso natural e tratá-lo adequadamente para evitar sua contaminação, sua erosão e sua degradação. O Prof. Dr. Paulo Fortes Neto, doutor em solos e nutrição de plantas, é um dos organizadores da ação e conta que o curso está desenvolvendo essa atividade desde o inverno, quando plantaram aveia e, em setembro, cultivaram a crotalária, uma leguminosa que auxilia na regeneração do solo. “Essas práticas de manejo, em que plantamos, cortamos e depois jogamos o material por cima do solo tem outro ponto positivo, pois ele acaba incorporando carbono no solo”, cita o professor. Ele ainda relembra de uma experiência que solidificou o estudo. “Quando, por exemplo, eu plantei aveia, ela cresceu e fixou carbono na atmosfera. Depois, entre 60 e 90 dias, eu cortei toda a aveia e aquela matéria orgânica, formada pelos restos da planta colhida, foi se decompondo e boa parte do carbono que foi fixado pela planta foi concentrado no solo”, explica. O doutor em Agronomia conta que outra espécie também passou pelo mesmo processo. “Em setembro, eu plantei a crotalária (leguminosa de rápido crescimento), ela cresceu e já está no ponto de cortar também e ser incorporada ao solo”, descreve. O docente explica que esse processo melhora as condições físicas do solo, facilita a entrada de água, auxilia na respiração das raízes das plantas, o solo se torna mais resistente à seca e, ainda, mais fofo, consequentemente, a planta conseguirá extrair nutrientes com maior facilidade. Como curiosidade, Paulo Fortes também relata que “nós também temos a microbiota do solo, um conjunto de microrganismos, como fungos, bactérias e vírus, as minhocas, as larvas e insetos que estão todos sobrevivendo nesse material”, diz. “Ao cortar a crotalária, provavelmente, irá sair um bloco de terra com a raiz, que contém nódulos com as bactérias que estão fazendo a fixação biológica do nitrogênio”. Após todo o processo realizado, o professor afirmou que será cultivado repolho ou couve-flor no solo. “Na televisão, vemos muitas cenas e propagandas de máquinas colhendo algodão ou milho, sob uma cobertura do solo composta por restos culturais (plantio direto). Já a nossa proposta é o plantio direto para o cultivo de frutas e hortaliças. Ao invés de eu fazer uma grande área como a gente vê na televisão, a gente pode fazer em uma escala menor para os produtores de horta e assim ele economiza água, o uso de agrotóxicos e o uso de adubo”, expõe. O agrônomo também indica porque devemos ter um cuidado tão grande com o solo, pois a degradação pode afetar o seu uso para a produção de alimentos. “O solo é um recurso natural que levou muito tempo para ser formado e ele apresenta características que favorecem o desenvolvimento dos alimentos, que é a base para todo o processo produtivo. Assim, o solo tem um papel fundamental para a sociedade e para o planeta Terra”, pontua. Para o docente, é essencial que essa data seja celebrada e ações referentes a ela sejam feitas para que a população se conscientize e combata alguns problemas, como, por exemplo, o manejado incorreto do solo, o aumento de áreas de solo contaminado e a erosão. Confira 3 atitudes recomendadas pelo professor que a população pode exercer para preservar o solo: – Aplicar matéria orgânica; – Não atear fogo em matas e não desmatar a vegetação – Quando for realizar alguma prática de manejo, sempre obedecer a declividade do terreno, para evitar a erosão Fotos: Renata Moraes