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Biólogo e meteorologista da UNITAU alertam sobre a importância da conservação da Amazônia para o planeta

Em 5 de setembro é comemorado o Dia da Amazônia com o objetivo de chamar a atenção da comunidade para uma das maiores reservas naturais do mundo A Amazônia abarca uma rica biodiversidade e, por isso, é fortemente explorada, o que pode causar sérias consequências para todo o planeta. Em 5 de setembro é comemorado o Dia da Amazônia. A data comemorativa foi instituída pela Lei n° 11.621, de 19 de dezembro de 2007, com o objetivo de chamar a atenção da comunidade para uma das maiores reservas naturais do mundo. A Amazônia tem a maior biodiversidade do mundo e detém muitas espécies nativas, que não são encontradas em outros lugares. Estima-se que a floresta abriga aproximadamente 20% de todas as espécies da fauna do planeta. Além disso, os rios amazônicos constituem a maior bacia hidrográfica do planeta, e a região abriga diversas comunidades que dependem diretamente da floresta para a sua sobrevivência. O Professor Júlio Cesar Voltolini, Doutor em Biologia Vegetal e Mestre em Zoologia, docente na Universidade de Taubaté (UNITAU), descreve o processo na bacia hidrográfica da região “A água dos rios da Amazônia provém principalmente do degelo das neves no alto da Cordilheira dos Andes, que escorrem paro o lado leste e formam os atuais rios da bacia amazônica”, explica o docente, que morou durante meses na Amazônia durante a realização de um projeto de fragmentação florestal do Instituto Smithsonian, de Washington. Em decorrência do uso desenfreado desse bioma, como a extração madeireira, desmatamentos ilegais, agricultura, pecuária e mineração, a fauna e a flora da região são diretamente afetadas, além de causar desequilíbrios, crises ambientais e mudanças climáticas em escala global. “A população brasileira pode se desenvolver sem a necessidade de desmatar a Amazônia, porque nós podemos, por exemplo, utilizá-la para outras atividades como o turismo. Uma observação muito importante é que nós também podemos retirar a madeira da floresta amazônica, mas, para isso, é necessário que se faça um manejo sustentável, ou seja, para cada árvore que eu retiro, eu tenho de plantar algumas centenas de mudas da mesma espécie no local”, expõe o professor. Diversas espécies da Amazônia são importantes para a produção de medicamentos, alimentos e outros produtos. O Plano Amazônia sustentável (PAS) fez um diagnóstico detalhado da região e apontou que mais de 10 mil espécies de plantas da área têm princípios ativos para uso medicinal, para a cosmética e para o controle biológico de pragas. “Nós temos um tesouro genético impressionante e que ainda é pouquíssimo conhecido. Nós precisamos de mais pesquisas científicas para fazer levantamentos da fauna, da flora e de substâncias bioquímicas que existem na Amazônia”, opina o biólogo. A UNITAU realiza uma pesquisa sobre as alterações climáticas na Amazônia em parceria com a Universidade de Manchester (Reino Unido), com pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Um dos colaboradores do estudo é o Professor Gilberto Fernando Fisch, Doutor em Meteorologia, docente da UNITAU e pesquisador na Amazônia durante 5 anos pelo INPE. “A Amazônia tem uma vegetação de porte alto muito rica do ponto de vista de biomassa, que é basicamente carbono. Então, a Amazônia tem uma influência direta no balanço de carbono mundial. O desmatamento dessa região pode impactar o balanço, pois o carbono é um dos gases do efeito estufa que influencia nas mudanças do clima e no aquecimento global”, esclarece o meteorologista. As interferências no clima devido ao desmatamento são diversas. No local ocorre a savanização. Com o corte das árvores, passa a ser criado um novo ecossistema, que levará a um clima de deserto ao longo dos anos. Já regionalmente, o ciclo hidrológico é afetado, pois as árvores bombeiam vapor d’água do solo para a atmosfera, que é transportado pelos “rios voadores” para a região Sul e para a região Sudeste. O docente afirma que preservar não significa não explorar, mas explorar de uma maneira racional e inteligente. “Além de reduzir o desmatamento, nós precisamos olhar para frente e criar alternativas de exploração inteligente. A Amazônia vale muito mais preservada, do ponto de vista financeiro, gerando novos produtos bioquímicos e agronômicos, do que simplesmente como fornecedora de madeira e para, depois da extração, ter áreas de pastagem, por exemplo”, comenta A preservação da biodiversidade amazônica também auxilia a conservar outros ecossistemas na região e no mundo todo. “Não tem lugar no mundo que, de certa maneira, não tenha sua associação com a Amazônia. Algumas associações vão ser mais fortes, outras vão ser mais fracas, mas o mundo inteiro está conectado com a Amazônia”, reflete o meteorologista. Pequenas atitudes podem ser tomadas para evitar a destruição desse importante patrimônio natural. Entre elas, estão: no âmbito regional, oferecer alternativas de emprego, que não sejam a extração de madeira e, no âmbito nacional, realizar campanhas educativas de preservação da floresta, reduzir o consumo de papel, madeira e plástico, digitalizar documentos, fazer a reciclagem de produtos usados e dar preferência a objetos que têm como base a madeira de reflorestamento. Foto: João Rodrigues

UNITAU – Florestas colaboram com a melhoria da qualidade de vida

O Dia de proteção às florestas é comemorado, anualmente, em 17 de julho e tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da preservação As florestas e os biomas abrigam diversas espécies da fauna e da flora, além de nos beneficiarem com a melhoria da qualidade de vida humana. Na cultura popular brasileira, a proteção das florestas é personificada pela figura mística do curupira. Esse espírito mágico habita as florestas e ajuda a protegê-las. Por esse motivo, 17 de julho também é considerado o Dia do curupira, o “protetor das florestas”. “Quando nós pensamos na importância e nos benefícios das florestas, aqui no Brasil, principalmente, a Mata Atlântica e a Amazônia, estamos nos referindo a desde coisas básicas até a características de nível mundial. De maneira geral, o público costuma não receber muita informação, mas diversas espécies animais e vegetais contêm substâncias que podem ter interesses para a alimentação humana e para a fabricação de remédios. A riqueza é encontrada também nas proteínas, nos lipídeos, nas substâncias orgânicas que existem dentro de uma floresta e que podemos utilizar, por exemplo, para a cura de doenças gravíssimas”, comenta o Prof. Dr. Júlio Cesar Voltolini, docente no curso de Biologia na Universidade de Taubaté (UNITAU). As florestas proporcionam para a humanidade os chamados serviços ecossistêmicos, que são diversos benefícios, como matéria-prima, regulação do clima, biodiversidade, turismo, entre outros. Elas cobrem 30% do planeta Terra, mas cerca de 80% de todos os seres vivos terrestres habitam esse ambiente. Atualmente, o grande problema enfrentado é a destruição e o desmatamento, que consiste na retirada da cobertura vegetal parcial ou total de um determinado lugar, e está relacionado a diversas causas, como a urbanização, a mineração, a expansão do agronegócio, e seus impactos são inúmeros. Para o professor, a destruição desses habitats é considerada a principal causa de extinção das espécies do planeta, e isso diz respeito às florestas e aos biomas, que estão diminuindo aos poucos. “O que acontece com essa diminuição é que antes nós tínhamos áreas contínuas enormes e agora existem o que chamamos de fragmentação ou ilha de vegetação, que são pequenos pedaços divididos por ações humanas. Com isso, as espécies que ali existem estão isoladas geneticamente e são impedidas de se reproduzirem. Muitas delas ainda sofrem também com a invasão em estradas, fazendas, rodovias, que podem causar a morte dos animais. Portanto, o que nós temos é não só a diminuição de habitats, mas também a dizimação das espécies animais e vegetais”, ressalta. Os cuidados que devemos tomar estão diretamente relacionados também ao nosso bem-estar e à qualidade de vida. As florestas contribuem para a manutenção e para o equilíbrio da temperatura, da umidade do ar e do regime de chuvas. Elas impedem que as temperaturas cheguem a níveis elevados e que aconteça um desequilíbrio. As áreas sem vegetação recebem grande incidência da luz solar, tornando o ambiente extremamente quente e seco. Já a vegetação forma uma camada de proteção que impede o excesso de calor e mantém a umidade em níveis altos. “Existem coisas em diferentes escalas para frear o avanço do desmatamento, e a conscientização é a principal delas. A população deve cobrar para que os governos invistam em leis e fiscalizações contra essas atividades ilegais. Além disso, a educação sobre as florestas precisa ser mais frequente dentro das escolas, desde as atividades teóricas, até as práticas. Os alunos precisam vivenciar a experiência de estar dentro da floresta e conhecer a fauna e a flora brasileira, com atividades que destaquem a importância das matas”, destaca o professor. Mas essa proteção deve começar também no dia a dia de cada um. Com simples atitudes podemos colaborar para a preservação da extensa fauna e flora brasileira e mundial. Confira algumas ações simples para adotar durante a rotina: Preserve as árvores e as vegetações; Reutilize, reaproveite e recicle tudo que for possível; Reduza o consumo de água e de energia elétrica; Opte pela compra de materiais orgânicos; Não jogue lixo no meio ambiente; Cuide bem dos animais. Foto: Leonardo Oliveira