Medalhista Paralímpico da UNITAU comenta sobre sua superação
O paratleta conquistou uma medalha de ouro e outra de prata nas modalidades arremesso de peso e lançamento de disco, nos Jogos Paralímpicos de Tóquio em 2021 Desde 1960, os jogos paralímpicos levam ao mundo mensagens de inclusão e superação e se caracteriza como um fenômeno muito importante para os atletas e pessoas portadoras de deficiência. Com a pandemia do coronavírus, os esportistas paralímpicos foram afetados, pois tiveram de pausar seus treinos por um tempo. A prorrogação das Paralimpíadas preocupou alguns atletas, mas depois isso os motivou a treinarem ainda mais. Esse é o caso de Alessandro Rodrigo da Silva, aluno do 8° semestre do curso de Educação Física na Universidade de Taubaté (UNITAU). O estudante conta que iniciou sua carreira como paratleta no final do ano de 2013, após ter adquirido sua deficiência, devido à toxoplasmose, que comprometeu a sua visão. O atleta também ressalta a importância da aceitação da deficiência para o processo de superação e revela que, quanto mais rápido acontecer, menos doloroso será. “Se quisermos brigar com a vida e com a forma como as coisas acontecem, só vamos sofrer. Então, a partir do momento em que as coisas foram acontecendo, eu percebi que ou eu aceitaria, ou eu ficaria mal. Eu tive de aceitar essa nova maneira de viver que, hoje, eu agradeço muito. A superação é algo muito profundo, algo que necessita de muito apoio e força de vontade”, afirma. Alessandro já visitou diversos lugares ao redor do mundo para participar de competições, como o Canadá, a Inglaterra, a França, a Alemanha, o Peru, os Emirados Árabes Unidos e o Japão, e conquistou numerosos prêmios, tornando-se bicampeão paralímpico, bicampeão parapan-americano e bicampeão mundial. O paratleta explica que a superação nem sempre vem por meio de vitórias, mas, sim, de conquistas diárias. “Eu me sinto realizado e com o sentimento de dever cumprido por ser reconhecido mundialmente pelas pessoas do setor de lançamentos e arremessos. Isso para mim não tem preço. Nada acontece por acaso, tudo na nossa vida tem um propósito”, reflete. Para Thaiany de Paula, psicóloga, pós-graduada em Psicologia do esporte e egressa da UNITAU, a saúde mental está completamente atrelada à saúde física e, a partir do momento em que se trabalham os aspectos mental, cognitivo e psicológico de um atleta, isso se reflete no físico e vice-versa. “Algumas habilidades psicológicas são extremamente importantes para um paratleta de alto rendimento, como a organização, o planejamento de metas, a atenção, o foco, a motivação, o lidar com uma meta a longo prazo, como as Paralimpíadas, e o controle emocional de certos desafios que aparecem”, comenta. A psicóloga atua desde 2019 no projeto da Prefeitura de Taubaté “Esporte para todos”, com paratletas de alto rendimento e paratletas sociais, que praticam esporte por lazer ou saúde. Thaiany relata que a pandemia foi um grande exemplo do quanto é necessário o apoio psicológico, pois os atletas tiveram seus treinos restritos, e a saúde mental foi muito trabalhada para manter o controle da ansiedade, da frustração e da preocupação. “Quando começou a pandemia, houve uma reviravolta para todos, e senti que os atletas ficaram inseguros, preocupados, ansiosos e desanimados em alguns momentos. A frustração aumentou muito, porque os lugares abriam, mas logo fechavam. Eles tinham picos de alegria, era uma montanha russa. O meu maior papel ali era estabilizar o emocional deles o máximo que eu pudesse no momento. Nós usamos o whatsapp e eu sempre perguntava como eles estavam, sempre tentando estar perto de alguma forma para ajudá-los”, relembra. Muitas vezes o pontapé inicial da carreira de um paratleta vem do incentivo da família. A psicóloga ressalta que o apoio da família é um suporte muito positivo e benéfico para o atleta. “Outro ponto é a aceitação da deficiência. O processo é difícil, principalmente quando ela é adquirida ao longo da vida. Socialmente e culturalmente, foi enraizado que pessoas com deficiência são incapazes. É muito importante eles verem que existem pessoas como eles. Eu vejo muitas histórias dos atletas com quem eu trabalho e como eles encontraram no esporte um ambiente de recomeço, de descobertas de habilidades que até o momento não sabiam que podiam desenvolver”, expõe. A psicóloga também menciona que, quanto antes um paratleta trabalhar a parte psicológica e buscar um profissional para ajudá-lo, melhor será, porque assim serão identificados com antecedência os pontos que precisam ser trabalhados. “Se um paratleta iniciou uma prática esportiva e tem intenção de chegar ao alto rendimento, procure por um suporte psicológico especializado, de preferência em esportes”, finaliza. Fotos cedidas pelo aluno e pela egressa
Alunos e egressos da UNITAU se destacam no mundo esportivo internacional
Seja na área de Educação Física ou Fisioterapia, os alunos conseguem conciliar as atividades acadêmicas e profissionais com o próprio apoio da Universidade Assim como muitas profissões, a carreira de um atleta exige muito foco e disciplina logo cedo. Nos primeiros anos de vida, já pode ser perceptível o empenho e a dedicação para determinados esportes. Porém, para se aprofundarem na carreira e adquirirem cada vez mais experiência, muitos buscam por uma graduação. A Universidade de Taubaté (UNITAU), por exemplo, forma, há anos, diversos atletas e profissionais que atuam no mundo todo. O Prof. Me. Edésio da Silva Santos, diretor do Departamento de Educação Física da UNITAU, ressalta a importância da graduação para o atleta, pois isso possibilitará muitas oportunidades para ele. “A diferença do atleta que tem graduação para aquele que não tem é gritante. Um atleta, quando para de jogar, se sente perdido em relação ao que fazer, já o atleta graduado pode se tornar técnico, personal, professor, ou ainda pode escolher outra profissão dentro da área dele”, diz. O professor ainda conta que muitos atletas que já passaram pela UNITAU tiveram, inclusive, o incentivo financeiro por meio da bolsa atleta, disponibilizada pela Pró-reitoria Estudantil da Universidade. “Eu vejo o Tatá e tenho muito orgulho. Foi nosso aluno e hoje está na seleção brasileira! Vai representar o Brasil no Japão. É uma honra para o país e para todos nós. Para nós, professores, é um trabalho que nos deixa muito felizes. Não só por esses que são conhecidos, mas por todos aqueles que conseguiram atingir, pelo esporte, os seus maiores objetivos”, expõe. O egresso do curso de Educação Física Marcus Ricardo de Oliveira, mais conhecido como Tatá e atual técnico da seleção brasileira de handebol, iniciou sua carreira com o esporte desde cedo. Além de ter feito parte do time de handebol de Taubaté, passou por diversos outros, como o de Pindamonhangaba, o Clube Vasco da Gama, o de São José dos Campos e o de Guaratinguetá. Em 2007, Marcus foi nomeado treinador da equipe de handebol de Taubaté, enquanto ainda era estudante. Logo em seguida, em 2008, concluiu sua graduação na UNITAU. “Como eu já era muito ligado na parte organizacional da equipe, gostava de dar treino junto com o treinador e estudava bastante a modalidade handebol, decidi que, para eu ter um pouco mais de êxito e uma carreira como treinador, teria de fazer o curso de Educação Física. Então, escolhi a Universidade de Taubaté por ser bem conceituada na área e consegui uma bolsa de estudo, a bolsa atleta, que me ajudou muito”, relembra. A ginasta Jade Louize Lopes de Aguiar está no último ano do curso de Educação Física e também é uma atleta que teve contato com o esporte desde cedo e, atualmente, participa de competições e torneios. “Eu tinha por volta de seis anos quando tive o primeiro contato com a ginástica, porém não levei adiante. Voltei a treinar com onze anos, mas não oficialmente. Bem mais velha, com quinze anos, procurei pela ginástica rítmica de Taubaté e estou nela até hoje”, conta. A aluna comenta que optou por realizar a graduação para expandir o seu horizonte em relação ao mundo esportivo. “Ao longo dos anos, tive a oportunidade de me apaixonar cada vez mais pelo esporte. Surgiu em mim a vontade de ser técnica de ginástica rítmica, então optei pela graduação. A UNITAU me proporcionou diversas oportunidades”, menciona. A Profa. Dra. Alex Sandra Oliveira de Cerqueira Soares, diretora do Departamento de Fisioterapia da UNITAU, relata que o curso recebe muitos atletas e ex-atletas que têm uma grande vocação para trabalhar na área, mas também menciona que outros estudantes ingressam com outros interesses e, quando se aproximam do universo da Fisioterapia esportiva, se encantam pela área de atuação. Os universitários ainda vivenciam a área em projetos de extensão, como o “InformaDor”, que trabalha com a prevenção de lesões. “O esporte ensina que a dedicação e o empenho são necessários para alcançar todos os objetivos e, junto disso, vem o senso de equipe. Acho que isso forma grandes pessoas”, complementa a docente. “Fico muito feliz de saber que os alunos se destacam hoje, pois os conceitos básicos e essenciais que oferecemos a eles na graduação tornaram-se a base que eles levam para a vida profissional e ainda têm a sede por aprender”, finaliza. Um dos egressos do curso de Fisioterapia que se destacou no meio esportivo após a graduação foi Victor Campos de Faria, que concluiu o curso em 2020. O fisioterapeuta relembra que jogava futebol desde criança e, quando cresceu, decidiu que iria trabalhar na área. A trajetória de Victor se iniciou em 2018, quando estagiou na categoria de base do Esporte Clube Taubaté (ECT). Em 2019, subiu para a equipe principal do ECT e assumiu também a equipe do futebol feminino. Já em 2021, participou de um processo seletivo no Sport Club Corinthians Paulista, no qual foi aprovado e assumiu a equipe principal de futsal do time. “O curso de Fisioterapia foi um divisor de águas na minha carreira. Desde o início da graduação, sempre tive o interesse pela fisioterapia esportiva e queria trabalhar com isso. A Universidade me abriu portas para participar de congressos, cursos relacionados à área, fazer contatos com muitos profissionais e visitar centros de reabilitação”, relata o profissional. Rodolfo Aparecido de Melo Monteiro é mais um exemplo de que a graduação foi fundamental na carreira. O ex-aluno do curso de Fisioterapia, da turma de 2010, conta que, após inúmeras visitas a treinamentos da equipe brasileira de judô, foi convidado para atuar em um evento em São Paulo, junto à seleção brasileira de judô. Foi aprovado e, desde então, faz parte da equipe médica da seleção. “No momento da matrícula, eu já imaginava trabalhar na área do esporte, só não esperava que o destino iria me colocar junto a uma seleção brasileira olímpica. Hoje, é o mais alto patamar dentro da profissão, podendo colaborar no tratamento de atletas reconhecidos mundialmente e representando seu país”, conta. Rodolfo evidencia que o corpo docente do curso e o contato que teve com a