Especialistas da UNITAU apontam atitudes simples do dia a dia para a preservação do meio ambiente
A fim de reduzir os impactos ambientais, docentes da UNITAU dão dicas para se ter atitudes mais conscientes e de preservação a natureza Em uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), sobre o meio ambiente no ano de 1972, em Estocolmo, foi definido que, a partir daquela data, dia 5 de junho, seria comemorado o “Dia mundial do meio ambiente”. A intenção dessa data seria para chamar a atenção da população para vários setores, relacionados aos problemas ambientais e sobre a importância da preservação dos recursos naturais. A intensa exploração dos recursos naturais gera diversas consequências, que, se não forem revertidas o mais breve possível, se tornarão permanentes para toda a população. O consumo deve ser realizado de forma consciente, levando em conta a regeneração de cada um deles. O Prof. Dr. Paulo Fortes Neto, agrônomo e docente na Universidade de Taubaté (UNITAU), explica que a maioria da população não percebe, mas à medida que há a expansão da atividade econômica e urbana e, consequentemente, o desmatamento de áreas naturais, boa parte dos seres vivos que habitam nessa floresta, ou seja, uma série de bactérias, fungos e vírus que estão hospedados em mamíferos, começam a procurar outros locais, e, assim, chegam ao homem. “Esse é um risco que nós corremos com o desmatamento, porque esses microorganismos estão na natureza em equilíbrio com o meio ambiente. O novo coronavírus, por exemplo, vem dessas questões, dessas alterações ambientais, desse mal uso do meio ambiente”, expõe. Confira 5 atitudes recomendadas pelo professor que a população pode fazer para preservar o meio ambiente: Uso racional da energia elétrica, optando por lâmpadas econômicas e, se possível, instalação de placas solares e o uso consciente da água, verificando sempre possíveis vazamentos; Separar o lixo inorgânico do orgânico; Levar remédios vencidos para a farmácia e não descartar em casa, como em lixos ou no vaso sanitário; Levar equipamentos eletrônicos para as centrais que fazem a coleta e a reciclagem desse material; Participar ou idealizar iniciativas voluntárias no bairro em que é morador, para o cuidado e para a preservação do local. A fim de reduzir os impactos ambientais, grupos de pessoas se unem com o objetivo de ter atitudes mais conscientes e de preservar a natureza. As chamadas ecovilas têm ganhado cada vez mais força no mundo todo. Essas comunidades podem ser desenvolvidas em bairros, prédios e até mesmo em condomínios. São pequenas atitudes que somam um grande impacto na vida dessas pessoas, como desenvolver uma composteira caseira, hortas coletivas e se locomover de forma mais sustentável. Para o Prof. Dr. Ademir Fernando Morelli, ecólogo que atua na área de assentamentos sustentáveis na UNITAU, as ecovilas proporcionam às pessoas uma motivação, pois sentem que não atuam sozinhas no projeto. Além de preservarem o meio ambiente, buscam uma melhor qualidade de vida para todos. “Para mim, o meio ambiente não se resume só aos fatores físicos e químicos. Nós fazemos parte dele. Quando o homem se coloca distante do meio ambiente, como ‘não natureza’, ele nega a sua própria essência”, comenta. Confira 5 atitudes recomendadas pelo professor que a população pode fazer no dia a dia, para preservar o meio ambiente: Consumo consciente e sustentável, considerando a origem e o ciclo de vida do produto; Melhor aproveitamento de recursos naturais e dos alimentos, evitando o desperdício; Ter hábitos coletivos sustentáveis e praticar a reciclagem; Doar roupas, alimentos e móveis que não serão mais utilizados para aqueles que necessitam; Auxiliar na conscientização das pessoas. Historicamente, as indústrias não costumavam criar processos produtivos não poluentes, pois eram as únicas tecnologias existentes e conhecidas, não havia o entendimento da gravidade do problema. À medida que o mundo começou a se conscientizar sobre a necessidade de criar processos, produtos e serviços sustentáveis, a sociedade e os governos iniciaram uma mudança. O desafio está em produzir processos menos agressivos ao meio ambiente e encontrar matéria prima que colabore para o descarte menos poluente. A pesquisadora na área de produção autônoma e sustentável Profa. Dra. Miroslava Hamzagic Zaratin, engenheira de produção e docente na também na UNITAU, aponta que as empresas devem incluir no projeto de produtos e serviços o custo do descarte e ainda comenta que os resíduos devem ser analisados, considerando-se o prejuízo que causarão ao meio ambiente. “Existem muitas empresas no mundo centradas em mudar os processos e matérias primas aos poucos, pois isto não é fácil e é extremamente custoso. Existe um risco em fragilizar o processo e o produto e, possivelmente, comprometer a fidelidade do cliente. A mudança tem de ser feita com bastante cuidado e estudo”, diz. Mas a professora também pontua que “O resultado é um produto que se insere na vida cotidiana de forma sutil e com o reconhecimento da sociedade pela iniciativa e coragem”, destaca. Confira 5 atitudes recomendadas pela professora que a população pode exercer para preservar o meio ambiente: Consumir produtos saudáveis e que gerem menos resíduos; Quando os resíduos forem gerados, procurar uma forma de reaproveitá-los da maneira menos custosa possível; Tentar minimizar o lixo gerado em casa; Evitar produtos que utilizem muitos compostos químicos; Reaproveitar a água da lavagem das roupas e das chuvas. Para concluir, o professor Ademir ainda ressalta que muitas pessoas pensam que as consequências da “não preservação ambiental” irão se refletir somente no futuro, para outras gerações, e isso tem preocupado os especialistas. “Evolutivamente, nosso sistema adaptativo é preparado para reagir a ameaças urgentes. Quando nós temos uma coisa que vai demorar décadas para acontecer, como são os efeitos do aquecimento global, nós temos muita dificuldade de compreender. Quando não é uma reação intuitiva, nós precisamos ensinar. E é isso que falta, ensinar e alertar as pessoas sobre como isso impacta e tem a ver com o dia a dia delas, como no caso da destruição da Amazônia, por exemplo”, conclui.