AIMES-SP

Especialista faz alerta sobre o Setembro Amarelo

O assunto foi debatido em uma palestra com psiquiatra Dr. Daniel Cruz Cordeiro sobre os desafios e as perspectivas para o tempo presente, promovida pelo Projeto de Extensão de Prevenção ao Suicídio da UNITAU De acordo com a Profa. Dra. Lindamar Alves Faermann, Coordenadora do Curso de Serviço Social da UNITAU e organizadora do evento, o assunto precisa ser discutido: “Um dos nossos eixos do Projeto de Extensão é o de quebrar o silêncio em torno do suicídio, porque existem muitos mitos a respeito do tema, inclusive de que falar sobre o suicídio pode estimular o ato. O diálogo, o acolhimento e a escuta ativa são fatores de proteção e, juntos, podemos enfrentar essa triste realidade”. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida a cada ano. No Brasil, aproximadamente 12 mil suicídios são registrados todos os anos. O Dr. Daniel destaca como a pandemia influenciou nos índices de suicídio. “A pandemia ampliou vários fatores que podem aumentar sintomas depressivos: o luto, a perda de contato social, a preocupação financeira, o adiamento de planos, o confinamento. Isso pode gerar aumento do consumo de drogas lícitas e ilícitas, a violência doméstica ou mesmo a sensação de abandono”. De acordo com o site oficial do Setembro Amarelo, a campanha começou nos EUA, quando o jovem Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio, em 1994. Mike havia restaurado um automóvel Mustang 68, pintando-o de amarelo. Por conta disso, ficou conhecido como “Mustang Mike”. Seus pais e amigos não perceberam que o jovem tinha sérios problemas psicológicos e não conseguiram evitar sua morte. No dia do velório, foi feita uma cesta com muitos cartões decorados com fitas amarelas. Dentro deles havia a mensagem “Se você precisar, peça ajuda”. A iniciativa foi o estopim para um movimento importante de prevenção ao suicídio, pois os cartões chegaram realmente às mãos de pessoas que precisavam de apoio. Em consequência dessa triste história, o laço amarelo foi escolhido como símbolo da luta contra o suicídio, É importante ficar atento aos sinais de alerta, destaca o especialista: a presença dos “D’s”: desesperança, depressão, delírio, dependência química; a percepção de que mudanças comportamentais estão se tornando cada vez mais notáveis, como isolamento social, redução de energia, redução da percepção de prazeres, percepção de que se a pessoa sumisse ou deixasse de existir os problemas se resolveriam. Destaca-se a importância do tratamento psicológico, imediato ou agendado: “Serviços de atendimento de saúde mental com médicos e psicólogos são a melhor forma de ter um diagnóstico. Emergencialmente, serviços como o Centro de Valorização da Vida (CVV) são excepcionais para auxiliar quem está buscando auxílio imediato”, afirma o psiquiatra. Na UNITAU, há o Plantão Psicológico no Centro de Psicologia Aplicada (CEPA), em que os alunos dos cursos de graduação e pós-graduação em Psicologia realizam os atendimentos psicológicos orientados por professores-supervisores, e promovem atendimento por ordem de chegada aos acadêmicos e ao público.