A atuação dos psicólogos foi marcada por inovações que geraram novos meios de atendimento aos pacientes, com toda a rotina acontecendo de forma digital
No Brasil, o Dia do psicólogo é comemorado anualmente em 27 de agosto. Nesta mesma data, no ano de 1962, o presidente João Goulart sancionou a Lei n° 4.119, que dispõe sobre a profissão do psicólogo. A orientação e a fiscalização do exercício da atividade está a cargo do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Psicologia. A profissão é representada pelo símbolo do tridente, que guarda relação com a letra psi do alfabeto grego. Para exercer a função de psicólogo, o profissional deve ter concluído a graduação em uma instituição de ensino atestada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC).
A data celebra o profissional da área de biociências responsável por estudar a subjetividade humana, lidando com traumas, crises e sentimentos. Com a pandemia da Covid-19, as pessoas passaram por alterações psíquicas. Segundo o Ministério da Saúde, essas alterações e o aumento dos transtornos mentais durante o isolamento pode ocorrer por diversas causas. Entre elas, pode-se destacar a ação do coronavírus no sistema nervoso central, como experiências traumáticas, estresse induzido pelas mudanças, entre outros.
“Em 2021 observamos um aumento na procura por atendimentos, inclusive com queixas relacionadas ao luto, além de depressão e ansiedade. Muitas queixas surgiram em virtude da situação de confinamento na pandemia: ansiedade, depressão, insegurança em relação ao futuro, conflitos relacionais, entre outros. Uma questão positiva aqui no Centro de Psicologia Aplicada (CEPA) é que conseguimos implantar o projeto de atendimento em plantão psicológico”, afirma a coordenadora do centro, Profa. Dra. Débora Inácia Ribeiro.
A atuação dos psicólogos foi marcada por inovações que geraram novos meios de atendimento aos pacientes, com toda a rotina acontecendo de forma digital. “Na pandemia, a maior diferença na rotina foi essa ascensão de atendimentos online. Em decorrência das situações, houve um aumento na procura, a população começou a apresentar maiores quadros de ansiedade e dificuldade diante de situações anormais”, comenta a Profa. Ma. Monique Marques da Costa Godoy, coordenadora do projeto Novos Rumos, vinculado à Pró-Reitoria de Extensão (PREX) da Universidade de Taubaté (UNITAU).
Além dos atendimentos clínicos, esses profissionais atuaram em emergências e assistência social nos hospitais e na saúde pública. Dentre todas as funções exercidas, as principais foram na conscientização das mudanças de hábitos repentinamente, orientação com implicações emocionais, suporte para as famílias, métodos que ajudam em casos de crise, entre outros. Outro desenvolvimento importante foi o apoio psicológico oferecido aos profissionais da saúde que passaram a atuar na linha de frente do tratamento contra a Covid-19.
“Os profissionais de saúde, envolvidos direta e indiretamente no enfrentamento da pandemia, estão submetidos a um enorme estresse ao atender pacientes, muitos em situação grave, e muitas vezes em condições de trabalho inadequadas. O contexto de pandemia requer muita atenção ao trabalhador de saúde não apenas no aspecto físico, mas também no que se refere aos aspectos relacionados a sua saúde mental. Ações de acolhimento, intervenção psicossocial e ações de caráter preventivo, no sentido de diminuir as probabilidades de os profissionais sofrerem danos psicossociais, são fundamentais”, comenta a Profa. Dra. Adriana Leônidas de Oliveira, docente do curso de Psicologia da UNITAU.
Outra preocupação referente às mudanças que o país sofreu foi o aumento na taxa de desemprego. Segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego nos últimos três meses de 2020 foi de 13,9%, mas chegou a 14,7% no primeiro trimestre de 2021. A pesquisa destacou ainda que um total de 5,97 milhões de pessoas ficaram desalentadas, ou seja, desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado.
O projeto Novos Rumos da UNITAU promove o acolhimento psicológico e a ajuda na recolocação dos profissionais no mercado de trabalho. “O principal foco é oferecer o acolhimento voltado às demandas do desemprego como, por exemplo, a angústia, trabalhando com o paciente o luto simbólico do desemprego, ajudá-lo a reorganizar seus papéis sociais e familiares, e propiciar condições para que possa se inserir no mercado de trabalho, por meio de orientações sobre processos seletivos, sobre suas competências, sobre mercado de trabalho e sobre o empreendedorismo”, complementa a Profa. Ma. Monique Marques da Costa Godoy.
Boas práticas, ainda mais em momentos de crise, devem ser seguidas pela sociedade tanto na esfera física quanto na mental. “Cuidar da saúde psicológica é tão importante quanto cuidar da saúde física. Ações de promoção de saúde e as ações preventivas capazes de proteger pensamentos, emoções e sentimentos são muito importantes”, finaliza a Profa. Dra. Adriana Leônidas de Oliveira.